Lênin Landgraf

Os novos rumos do Brasil

Por Lênin Landgraf

Professor
Mestre em História (UFPel)
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As eleições realizadas no último domingo colocaram nosso país em um novo rumo em diversos aspectos. A vontade do povo - que é soberana - escolheu o modelo de país defendido por Lula e que já foi posto em prática no início dos anos 2000. O resultado de 50,90% para Lula e 49,10% para Bolsonaro, embora apertado, deve ser respeitado! Quem não gostou, que espere até as próximas eleições em 2026 e faça sua parte.

 
Em Rio Grande, onde tradicionalmente candidaturas de centro-esquerda e esquerda saem vencedoras, Lula saiu vitorioso nos dois turnos, ampliando sua votação no 2º turno. No 1º turno os números para os dois candidatos mais votados foram: Lula 68.808 votos e Bolsonaro 33.485 votos; já no 2º turno Lula alcançou os 72.258 votos enquanto Bolsonaro ficou com 39.996. Tais dados apontam que Rio Grande está alinhado com a esperança de um novo país, sonhando, ainda com uma possível retomada do Polo Naval ou qualquer empreendimento que volte a gerar emprego e renda para nossa região.

 
A primeira diferença - gritante - que todos podemos perceber é o respeito advindo das grandes nações para o Brasil a partir de 2023. Em pouco mais de três anos o atual governo conseguiu se isolar das grandes potências mundiais, ficando sem parcerias nos encontros e esvaziando os discursos de abertura da ONU, tradicionalmente feitos pelo Brasil. Minutos após ser eleito e ainda no dia seguinte, Lula recebeu o apoio de dezenas de chefes de estados, como Portugal, Argentina e México. Já conversou, ainda, por telefone, com o presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, e com o presidente da França, Emmanuel Macron, com quem Bolsonaro arrumou inimizade ao fazer comentários sobre a primeira-dama francesa. Ambos os líderes dessas duas grandes potências declararam apoio ao novo governo eleito e se comprometeram em trabalhar juntos para o bem do Brasil.

 
Podemos esperar, ainda, a retomada da política de defesa da nossa floresta amazônica, abandonada durante a atual gestão nacional. A defesa de todo esse ecossistema é importante para além de sua preservação, mas também para que voltemos a receber investimentos de países europeus que visam justamente a essa preservação, a maioria desses cortados durante o atual governo. A defesa da Amazônia é obrigação de qualquer governo que esteja à frente do país em Brasília.

 
A valorização do salário mínimo - ao que promete o PT - voltará também a ser prioridade. Vimos nos últimos anos que os reajustes salariais não acompanharam a inflação altíssima, o que acaba por destruir o poder de compra dos trabalhadores e trabalhadoras, levando, ainda, a uma diminuição na movimentação de riquezas por todo o país. O investimento em questões sociais, como Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida, tendem a ser retomadas. Embora tenha se visto no último ano um grande investimento no Auxílio Brasil, sabe-se que esse campo nunca foi prioridade para o governo Bolsonaro.

 
A questão da política de preços da Petrobras também tende a ser alterada. Embora criticada pelo mercado, a tendência do novo governo é voltar a controlar os preços de combustíveis e gás, visando ao pagamento de um valor mais justo pelos brasileiros.
É claro que tudo que foi posto aqui anteriormente são promessas de campanha de um partido, podendo ou não ser aplicadas. Os brasileiros já estão acostumados com promessas não cumpridas. Mas, independentemente disso, o certo é: o Brasil está em um novo rumo.

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